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domingo, 12 de janeiro de 2014

De médico e louco todo mundo tem um pouco – essa tal de saúde mental.

A linha entre saúde e doença talvez seja mais tênue do que parece. Porque saúde no sentido pleno, indica alguém que não tem nenhum tipo de doença, que esta completamente saudável. E isso, acredito, é quase que impossível.
Todos temos algum tipo de doença mesmo que leve. Uma alergia, uma imunidade baixa, uma gripe de vez em quando, uma dor aqui ou ali. Somos atingidos por estas circunstâncias de tempos em tempos, o que não significa que somos doentes. Então, somos pessoas que estão expostas a situações, externas e internas, que nos colocam na posição de doentes, mas que não indica falta de saúde. Afinal é só uma circunstância. Isto tudo só falando da saúde física. Quanto mais amplo fica quando voltamos os olhos para a saúde mental.
Todos temos sentimentos, a partir deste fato e vivendo num mundo tão atribulado – quanto mais moderno, mais atribulado fica – mais expostos estamos a circunstância que mexem com estas emoções e podem trazer a tona o pior de nos. Uma briga no trânsito, uma indelicadeza no comércio por tão pouco perde-se a cabeça. Dependendo da situação nosso lado mais agressivo pode vir a tona, em outra situação o lado mais dependente se faz visível  e por aí vai… E nem isto indica doença, claro que pode indicar a necessidade de ajuda, mas não de doença propriamente dita.
A partir desta visão a idéia sobre saúde mental é ampliada. Saudável passa a ser alguém que age e reage de acordo com as circunstância em que esta envolvido. Ou seja, diante de uma situação de tristeza se entristece, diante de um susto se assusta, diante de uma alegria se alegra. Parece lógico? Talvez. Mas é comum as reações serem contrárias a realidade. E isso sim, pode indicar que algo não vai bem.
A doença mental pode se caracterizar quando a circunstância é uma e a emoção é outra. Pensemos no exemplo do luto: diante dele surge uma depressão circunstancial, o não entrar em contato, ficar super bem é que demonstraria problemas. Assim, a contradição entre emoção e vivência pode ser o indicador da falta de saúde.
Com a gama de emoções que há dentro de nós, muitas vezes uma pequena situação traz a baila emoções que nem sabíamos existir, ou lembranças que se acreditava resolvida. Diante de tais sentimentos ficamos mobilizados e nossa reação pode sim contradizer a vivência, sendo inadequada para mais ou para menos.
Precisamos ter em vista que há vivências que ficam mal resolvidas ao longo de nossa história, mas que naquela hora tiramos força não sei de onde e continuamos, numa outra época por razões inconscientes esta emoção volta a ativa e se faz presente, pedindo para ser cuidada. É como se machucar durante um exercício físico, na hora não dói, mas depois…
Diante do exposto, fica claro como o diagnóstico é delicado e por isso mesmo é tão importante buscar bons profissionais, seja da psiquiatria ou psicologia, para escutar e pensar junto se há ou não a necessidade de algum trabalho.

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