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quarta-feira, 6 de novembro de 2013

ORAÇÃO DA MANHÃ - por Alexander Solzhenitsyn

Esta oração foi escrita por Alexander Solzhenitsyn , escritor e historiador russo , 

durante seus 8 anos de aprisionamento nos Gulags, 

Sibéria, por ir contra o governo de Stalin. 

Os poemas de Solzhenitsyn são belíssimos!

Senhor, no início deste dia,
venho pedir-Te saúde,
força, paz e sabedoria.

Quero olhar hoje o mundo
com olhos cheios de amor,
ser paciente, compreensivo,
manso e prudente;
ver, além das aparências,
teus filhos como Tu mesmo os vês,
e assim não ver senão o bem em cada um.

Fecha os meus ouvidos a toda a calúnia.
Guarda a minha língua de toda a maldade.
Que só de bênçãos se encha o meu espírito.

Que eu seja tão bondoso e alegre,
que todos quantos se aproximarem de mim,
sintam a tua presença.

Senhor, reveste-me da tua beleza,
e que, no decurso deste dia,
eu Te revele a todos.
Ámen.



Biografia de Alexander Solzhenitsyn

Solzhenitsyn
Aleksandr Isayevich Solzhenitsyn (11 de Dezembro de 1918 — 3 de agosto de 2008) foi um escritor e historiador russo. Foi um principais críticos do Comunismo Soviético, conscientizou o mundo quanto a falta de humanidade do Estalinismo. Recebeu o Prêmio Nobel de Literatura em 1970.

Nasceu em Kislovodsk, Rússia, entre o Mar Negro e o Mar Cáspio. Estudou matemática na Universidade de Rostov e tirou um curso por correspondência no Instituto de Filosofia, Literatura e História de Moscou. Participou da Segunda Guerra Mundial como comandante de uma companhia de artilharia do Exército Soviético, atingiu a patente de capitão e recebeu duas condecorações.

Ainda durante a Segunda Guerra foi preso e condenado a 8 anos de prisão em um campo de trabalhos forçados, por fazer críticas a Stalin e ao regime em duas cartas que enviou a um amigo e que foram interceptadas pelos agentes da NKVD. Esteve em campos de trabalhos forçados, Gulags, na Sibéria e no Cazaquistão até ser exilado perpetuamente por traição à pátria.

Viveu na França, Alemanha e finalmente nos Estados Unidos. Após a queda do regime soviético as acusações foram retiradas e pode voltar a Rússia, onde foi homenageado e finalmente teve seu trabalho reconhecido.

Os relatos de sua prisão - que formarão sua obra mais famosa, O Arquipélago Gulag - eram escritos em minúsculas folhas de papel, que eram enterradas, para a polícia não o descobrir. Numa autobiografia, escrita para a ocasião da entrega do Prêmio Nobel da Literatura, ele disse: “Durante todos os anos, até 1961, eu não apenas estava convencido que sequer uma linha por mim escrita jamais seria publicada durante minha vida, mas, também, raramente ousava permitir que meus amigos lessem o que havia escrito por medo que o fato se tornasse conhecido”. 

As mudanças políticas na Rússia dos anos 50, mudaram, por alguns anos, o destino de Alexander. De fato, depois da morte de Stalin, em 1956, Nikita Krushev, que assumiu o comando da União Soviética, começou o processo de desestalinização, denunciando abertamente os crimes cometidos por Stalin. Em 1961, em ocasião do XXII Congresso do Partido Comunista da União Soviética (PCUS), o governo convidou os escritores russos a unirem-se à desestalinização. 

Solzhenitsyn conseguiu, então, publicar, com a aprovação oficial de Krushev, seu primeiro romance: Um dia na vida de Ivan Denisovic, diário nos campos de trabalho forçado durante a ditadura staliniana. Graças ao romance, Solzhenitsyn tornou-se conhecido também no mundo ocidental. Continuou suas críticas e, por isso, foi expulso em 1967 da união dos escritores russos. Em 1970, o Prêmio Nobel de Literatura lhe foi dado, mas o governo russo não permitiu que o recebesse. 

Solzhenistyn não poupou esforços e palavras para denunciar o arbítrio das leis soviéticas e o drama do povo russo transformado pelo regime comunista em “inimigo de si mesmo”, como afirmou naqueles anos. Em 1974, após tirar dele a nacionalidade russa, o governo o expulsou. Alexander passou dois anos na Suíça e o resto do exílio nos Estados Unidos, onde permaneceu até 1994. Antes disso, em 1973, em Paris, foi publicado o primeiro volume do seu romance de maior sucesso, o Arquipélago Gulag. 

Na obra, ele denunciou o sistema arbitrário do regime de Stalin, as prisões, os campos de trabalho forçado. Lutou para que sua obra não fosse instrumentalizada pelos adversários do regime. Era contra qualquer tipo de ideologia, comunista ou não. O que lhe importava era o ser humano. Dizia que “aquilo que rende inestimável e único o ser humano não vem da política, nem da ideologia, nem mesmo das suas próprias qualidades humanas, mas de algo que o homem traz dentro de si”. 

Solzhenitsyn chamava isso de alma. A fé em Deus - ele pediu para ser batizado em 1957 - o dotou de grande força moral e deu significado à sua missão de escritor. Mesmo após a dissolução da União Soviética, Solzhenitsyn continuou, por meio de seus escritos, a ser a consciência crítica da sociedade russa, fazendo-se porta-voz da dignidade e da liberdade infinita do ser humano.

Obras

Um Dia na vida de Ivan Denisovich (1962)
O Primeiro Círculo (1968)
O Pavilhão dos Cancerosos (1968)
Arquipélago Gulag (1973–1978) - Eu li e reli.. este livro praticamente me fez voltar e viver tudo que ele descrevia.
Agosto, 1914 (1984)

Justiça é consciência, não uma consciência pessoal mas a consciência de toda a humanidade. Aqueles que reconhecem claramente a voz de suas próprias consciências normalmente reconhecem também a voz da justiça.
Tão logo a falsidade seja desmascarada, a violência nua terá que aparecer em toda sua hediondez - e a violência, derrotada, desaparecerá.
Alexander Solzhenitsyn

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