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sábado, 26 de outubro de 2013

POETA BALZAC


SER POETA
(José Antônio Gama de Souza-Balzac)

Ser poeta
É ser muitos
E preservar-se.

É dissolver-se
E multiplicar-se.

Ser alguém que gostaria
Ser alguém que não gostaria
Estar com alguém bem perto
Mesmo que bem distante.

E nunca distante
De quem está perto.

Jamais estar só
Mesmo com ninguém por perto.

Sentir e sofrer
Mesmo que solitariamente
Ainda que não seja
Sua própria dor.

Amar intensamente...

Viver sempre um grande amor
Mesmo que virtualmente
Ainda que não seja
Seu próprio amor.

Leopoldina, MG.


DOIDO
(José Antônio Gama de Souza-Balzac)

Dizem que o poeta é um doido.
Ele oferece estrelas à sua amada!
As estrelas... pasmem! (Ele as ouve)
E sonha mesmo poder tocá-las... e dá-las!

Beija as paredes das casas de sua cidade
quando chega de longe, saudoso.
Brinca de pegar a lua com os dedos
como se não tivesse crescido,
como se ainda fosse lúdica criança.

Sobe num monte e fica lá imaginando
que acaricia as árvores de um bosque,
que toca o céu, as nuvens, Deus!
Abraça o vento, dança na chuva...
Feito louco... feito criança.

Gosta de se sentar à beira de um rio
e tocar com os pés as suas águas
como se estas pudessem, por eles,
lavar todas as impurezas do mundo.

Encanta-se com pássaros e com flores,
sustenta vidas, canta dores e amores.

Perguntaram-me uma vez:
- Pra que serve o poeta?
Aliás, doutra me disseram:
- A poesia é inútil!
- É utópica e alienante como a religião!

É... mas ao vivificar os sonhos
ou tornar a realidade mais nítida,
desperta nos céticos e pragmáticos
questões como sua própria essência
de forma contundente e profunda!

E assim, o poeta continua doido,
como ícone de esperança e consolo
em sua sina de amar a loucura.

Oh! doce loucura de ser livre
na alma e no pensamento!
Livre como pássaro cujas asas
são a expressão pura do sentimento.

Sem limites, sem fronteiras,
(pre) conceitos ou barreiras.

Doido... doido mesmo
Doido sempre, por amor!

Leopoldina, MG.

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